Congresso da Cidade do México avança em regulamentações: Lei vs. Espetáculos e debate sobre "Lojas Escuras"

O Congresso da Cidade do México deu um passo significativo em sua busca pela reorganização do ambiente visual da capital com a aprovação da nova Lei de Publicidade Exterior. O principal objetivo desta legislação é reduzir drasticamente a poluição visual por meio da remoção de milhares de outdoors, com ênfase especial nos instalados em telhados. A lei exige que as empresas proprietárias desses anúncios os removam no prazo máximo de um ano após sua entrada em vigor.
A iniciativa, promovida pela Sede do Governo, prevê severas sanções econômicas para quem descumprir essas disposições, com multas que podem chegar a 1,5 milhão de pesos. Segundo declarações do deputado Víctor Hugo Lobo Román (PRD), está sendo aprovado "o instrumento legal para ter uma metrópole livre de poluição visual, priorizando a ordem, a legalidade e a proteção da integridade das pessoas". A aprovação em plenário foi concedida com 48 votos a favor, zero contra e nove abstenções, indicando um amplo consenso, embora não unânime, sobre a necessidade dessa medida.
Embora a Lei de Publicidade Exterior já seja uma realidade, outra questão que tem dominado a agenda legislativa e o debate público é a regulamentação das chamadas "dark stores". Esses estabelecimentos, dedicados exclusivamente à preparação e entrega de pedidos para plataformas de e-commerce e entrega em domicílio, proliferaram rapidamente na cidade, gerando preocupação entre moradores e urbanistas sobre seu impacto no uso do solo, no aumento do tráfego de entregas e no potencial impacto no comércio tradicional de bairro. Embora nenhuma aprovação final específica de uma lei sobre "dark stores" tenha sido relatada hoje, essa questão faz parte do quadro mais amplo de discussões sobre planejamento territorial e desenvolvimento urbano que estão sendo promovidas no Congresso.
Essas iniciativas legislativas não apenas transformam a face da cidade, mas também refletem e reconfiguram a dinâmica política. A nova Lei de Publicidade Exterior, por exemplo, centraliza a emissão de licenças para anúncios de alto impacto nas mãos do governo central, enquanto as prefeituras manterão o poder de autorizar anúncios de menor impacto em vias secundárias. Essa redistribuição de poderes pode ser um ponto de inflexão no equilíbrio de poder entre os diferentes níveis de governo na capital e, potencialmente, uma fonte de tensões futuras.
A discussão em torno dessas questões evidencia uma batalha mais profunda em torno do modelo de cidade que buscamos construir. De um lado, há pressão para facilitar o desenvolvimento econômico, o comércio eletrônico e a eficiência logística; de outro, há uma crescente demanda dos cidadãos por melhor qualidade de vida, preservação da paisagem urbana, segurança e coesão social nos bairros. A regulamentação de fenômenos como as "dark stores" também evidencia como o arcabouço regulatório urbano é frequentemente sobrecarregado pela velocidade das transformações tecnológicas e dos novos modelos de negócios, forçando os legisladores a agirem de forma reativa para mitigar impactos imprevistos e equilibrar os diversos interesses em jogo.
Espera-se que tanto o setor empresarial afetado pela Lei de Publicidade Exterior quanto os operadores de dark stores e plataformas de comércio eletrônico monitorem de perto esses processos, buscando influenciar regulamentações secundárias e, em alguns casos, explorando vias legais caso sintam que seus interesses estão sendo afetados. Enquanto isso, organizações de bairro e ativistas urbanos provavelmente celebrarão o progresso alcançado na redução da poluição visual e continuarão a pressionar por uma regulamentação mais rigorosa de atividades que consideram prejudiciais à vida no bairro.
La Verdad Yucatán